Este fim-de-semana, conheci pessoalmente a Bimby.
Depois de ter ouvido falar tanto e tão bem, depois de ter lido alguma coisa sobre o assunto para poder saber do que falam, conheci-a. Não sucumbi a uma demonstração com o intuito de ma vender (ainda não estou nesse ponto de demência de aceitar demonstradores/vendedores em casa para impingirem electrodomésticos), mas jantei um jantarinho feito nela (quase todo) feito por alguém completamente rendido aos seus encantos que não se cansou de a elogiar a cada garfada.
Não foi (desta vez) por uma questão de mau feitio, mas sim uma questão de forretice, ou melhor, de ter mais o que fazer com o meu rico dinheirinho, e de análise objectiva e com uma visão prática da culinária de que a experiência já me dotou que me fizeram não me render aos pseudo-encantos da dita.
A Bimby é cara como tudo. Melhor, para as minhas necessidades de cozinha, é um investimento que não compensa. Jamais pagaria € 1.000,00 por um electrodoméstico que faz o que ela faz. Se fizesse tudo aquilo que eu sonho que um electrodoméstico possa fazer, aí sim, pagava isso e até mais. Talvez um dia lá cheguemos.
Lá no livro de receitas (bem giro, por sinal) que a acompanha, diz que a Bimby faz desde sopas, a arroz de polvo, a gelados, a bacalhau com natas, a lasanha. Uma multiplicidade de coisas. Para meu desencanto, não é bem assim. Fazer tudo isso, para mim, implica, ir comprar os ingredientes, lavá-los, cortá-los, misturá-los, pô-los no recipiente correcto e fazê-los chegar à mesa. E isso, a Bimby não faz. Ir ao supermercado, vamos nós; lavar e cortar os alimentos, lavamos nós; colocá-los dentro dela, colocamos nós; ligá-la, escolher a velocidade e o tempo, escolhemos nós. No caso de pastéis de bacalhau, por exemplo, ela mistura tudo, é um facto, mas não os frita. Logo, depois da Bimby, cá entramos nós a fritá-los, se queremos. Com a lasanha o mesmo. Há que dispôr em camadas e levar ao forno.
Portanto, quando muito, a Bimby presta uma ajuda. Uma ajuda preciosa para quem desconhece em absoluto o mundo da culinária e gosta da tecnologia. Para quem nunca fez nada, ter uma ajuda que indique as quantidades e que misture no tempo certo, é importante. Conseguir "fazer" comida comestível, é uma vitória. E mais vale fazê-lo com na Bimby do que não o fazer de todo.
Agora para quem cozinha (melhor ou pior), a Bimby é uma ilusão perfeitamente dispensável.