segunda-feira, 27 de abril de 2009

Se eu pudesse, avançava os ponteiros do relógio mais umas horas e fazia os dias do calendário avançar mais um bocadinho. Matava esta ansiedade, sabendo o que o futuro mais próximo me reserva.
Não queria saber tudo; isso não, que fazia a vida perder metade da piada. Saber que nunca mais iria sorrir ao olhar para trás e pensar na relatividade das coisas, faz-me logo desistir da ideia. Não quero saber do futuro em grande escala Não quero saber se vou morrer aos 50 ou aos 80, se vou ter filhos ou não, onde estarei a trabalhar daqui a uns anos. Não me interessa saber o que o futuro me reserva, porque gosto de surpresas, porque gosto muito de surpresas, e porque, bem vistas as coisas, tenho tido uma boa vida. (E tenho feito por isso.) E também não me interessava muito regressar ao passado para o mudar. Talvez seja porque não me preocupa o que já lá vai e talvez seja porque a memória, a minha memória, guarda bem mais as coisas boas. (Felizmente!)
Preocupa-me o presente sim, o viver em ansiedade, o não me sentir bem neste momento e saber que tudo se deve a ter de esperar. Detesto esperar seja pelo que fôr. Detesto não ter o controlo das minhas coisas, estar dependente dos outros ou de alguma coisa.

2 comentários:

CPrice disse...

Gostei da reflexão C. .. se por um lado fazemos por ter uma boa vida, sem grandes nostalgias ou ansiedades, por outro, nos tempos conturbados que encerram este Presente, valia de grande sabermos algo mais ..!
Sem dúvida. Mas presente é isso mesmo .. uma prenda que temos de abrir, da melhor forma que sabemos.

:) que seja um bom dia

C disse...

Once: tão doce! :)