segunda-feira, 9 de março de 2009

Há dias assim

Há dias em que me canso de puxar pelos outros. Não me apetece ser aquilo que esperam de mim, porque as (minhas) forças também acabam e o espírito não é sempre o mesmo. Não estou para conselhos ponderados, nem análises profundas de vidas alheias que esperam que as impulsione com uma palavra acertada. Não estou para provocar risos nem sorrisos. Não me apetece fazer planos que preencham a minha vida e a dos outros, nem para iniciativas de qualquer género. Não me apetece ter ideias para dar, conversas para alimentar. Não me apetece socializar. Não sinto forças para discutir o sexo dos anjos nem os comportamentos dos humanos. Não me apetece dizer nem mal nem bem do que me rodeia. O que me apetecia mesmo era que me esquecessem por uns dias, deixar as obrigações e recuperar forças, ter um plano só meu traçado por mim ao sabor dos meus desejos e das minhas vontades. Apenas. Desejos e vontades e planos em que não tivesse de incluir ninguém e sobre os quais ninguém tivesse que opinar. Simplesmente porque não têm nada com isso. Hoje, não me apetecia ter laços de tipo algum. Nem responsabilidades e muito menos obrigações. Apetecia-me, sim, uma rede presa numa árvore ao sol, o silêncio e as construções dos meus castelos no ar. Só dos meus.

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