quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009


Fazemos planos, olhamos em frente, projectamos tudo num futuro incerto. Muitas vezes queremos mudar só porque sim e nem avaliamos bem as consequências. Outras vezes, mesmo com grande planeamento, o acaso faz das suas, troca-nos as voltas e acontece aquilo que nunca supusemos viesse a acontecer. É assim a vida. Por mais que queiramos controlá-la, de quando em vez controla-nos ela, põe-nos à prova, testa a nossa capacidade de adaptação, de reacção e até de invenção.
Por mais preparados que nos sintamos para uma mudança, por mais seguros que nos sintamos por já termos pintado todos os cenários prováveis e improváveis e que já tenhamos respostas para eles, no dia D, há sempre aquele receio do incerto. E há também aquela nostalgia de tudo o que foi. E há ainda, às vezes, a vontade de deixar tudo como está porque se sabe com o que se conta.
O Tribunal da Boa Hora vai fechar as portas e mudar-se para a Expo. Não faz sentido, há muito, trabalhar num edifício que já foi bonito, em plena Baixa da Cidade, sem estruturas ou infrestruturas. Vai dar lugar a um hotel que, de certeza, lhe fará um milagre de rejuvenescimento e que se fará pagar por isso. É o sinal da modernidade, a certeza de que será melhor. Fica a nostalgia de um edifício cheio de histórias descaracterizado dentro de pouco.

4 comentários:

Mozka Tché Tché disse...

Bom, estás mesmo com pena da Boa Hora ir para a expo, mas pensa bem. Na expo também não se consegue estacionar...

T disse...

Gostei deste blog. Vou voltar e talvez adicioná-lo na minha lista. Posso?

C disse...

Mozka Tché Tché: gosto tanto quando me compreendes!!! :))))))))

T: que bom! Volta sim...sempre! Será uma honra para mim estar na tua lista. Obrigada!

Ana disse...

Sim esse tribunal é mítico. Todos os estudantes de direito nalguma altura da sua vida lá foram assistir a um julgamento " só para ver como é"... Mas vai mudar para melhor, assim esperamos (reconheço a foto do teu perfil Sévres, vi a obra exposta na semana passada)