quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Dantes

Faz-me alguma confusão a fobia que a maioria das pessoas tem do passar do tempo, o estarem sempre a queixar-se que as coisas eram boas quando eram novos e a recordarem o que já lá vai. Não me refiro aos, de facto, idosos, a quem faltam as capacidades mais básicas e que pouco mais fazem do que passar os dias. Refiro-me sim a gente que tem trinta e tais e que diz que era bom era se tivesse 20, a gente de cinquentas e que diz que era bom era aos vinte e por aí fora.
Ou sou eu que sou demasiado optimista e ignorante por falta de experiência, ou há uma gosto generalizado pela lamichice do que já lá vai.
Para mim, nenhuma idade das que passei até hoje é melhor do que a que estou no momento. Gostei de ser criança, gostei de ser adolescente, de andar na Faculdade, etc, etc, mas não trocava o momento presente por nenhum desses que já lá vai. E se eles foram bons! Foram bons e aproveitei-os enquanto lá estive da melhor maneira que pude e soube. Não sou é saudosista ao ponto de querer muito repetir ou pedir ao tempo que volte para trás. Cada idade tem a sua piada, as suas coisas boas e as suas coisas más, obviamente. Mas o processo tem de ser evolutivo, ascendente. A vida é esse conjunto de experiências que acrescentam e enriquecem e o saldo tem sempre de ser positivo. Se não é, parece-me a mim que ou houve um baixar dos braços perante a vida ou opções erradas. Só que, em lugar de a pessoa passar a vida a lamentar-se e a viver de recordações, há que ser empreendedor e dar a volta por cima. Fazer análises, balanços, aprender com os erros, ver onde é que começou a correr mal, apurar razões e recomeçar. Custe o que custar. Em lugar do "dantes é que era", pensar "agora é que vai ser". E fazer por isso.

3 comentários:

Mr X disse...

Pois... mas às vezes é mais difícil do que se julga.

C disse...

Em nenhum lado eu disse que era fácil! :)

Mr X disse...

Mas poderia ser, ó se poderia...