terça-feira, 23 de março de 2010



Continua a ser a minha autora portuguesa preferida...

sexta-feira, 12 de março de 2010

Não sou do tempo do bullying e chocam-me notícias como esta. Também fiz grandes asneiras, fui para a rua com faltas disciplinares na idade da parvoeira e senti-me a maior por isso. Faltava para ir para o café e dar umas voltas nas motas que eu também gostava de ter e senti-me crescida por fumar às escondidas. Parvoíces de uma idade em que não se é criança nem adulto. Só se é parvo. Mas sempre estudei e tirei óptimas notas e encarei a escola como aquilo para que ela serve: aprender e fazer amigos.
Dou por assente que nem toda a gente tem estrutura psíquica para ser professor.
Mas dou por mais assente ainda que nem toda a gente tem estrutura para ser pai e mãe. Ser pai e mãe é um assunto bem sério (acho eu). Não é só porque se é novo e inconsciente e apetece ter uma experiência nova na vida, seja para se ser reconhecido socialmente, seja para segurar um relacionamento, seja pelos mais dignos motivos, que se decide pôr no mundo um ser, dar-lhe muitos beijos e abraços e protegê-lo do mundo, fazê-lo sentir-se um intocável, que a missão está completa. Essa é a parte fácil da coisa. Essa parte em que os filhos são vestidos, alimentados, passeados e mimados ao bel-prazer dos pais. O difícil vem depois. Vem quando os filhos se tornam efectivamente pessoas, com vontades, direitos, liberdades e autonomias. Aí é que se torna difícil educá-los e deixá-los ser eles. É quando é preciso dizer não, ir contra, impôr regras, fazer crer que há mais mundo para além deles. É aí que começa a noção de que se está perante um ser humano que terá de viver em sociedade, com tudo o que isso implica.
E ser pai e mãe é mesmo isso. Não é o fechá-los num colégio privado com o bom do mundo, trazê-los para casa e entupi-los de Macdonalds só porque eles gostam. Não é deixá-los jogar jogos violentos tardes inteiras em frente a écrans de televisão nem deixá-los com um computador dias a fio para que deixem também estar. É levá-los a conhecer a realidade, a conhecer as diferenças e a respeitá-las, a saber o que querem da vida, e, sobretudo, a fazerem pela vida. A perceberem que a vida não se resolve com birras e que muitas vezes lhes vai faltar o colo e vão ter de se virar. É ensinar o bem e o mal. Ensinar, sobretudo, que há mais gente no mundo, a quem se deve respeito. E, sobretudo, dar a percepção de que, por serem filhos, não fazem tudo bem, não são os melhores, não são desculpados por tudo.
Essa coisa cega a que ouço os pais chamar "amor pelos filhos" e que me dizem que só irei entender, um dia, é a grande culpada de muitas coisas. Amor sim e muito. Mas a ver bem. Amor com responsabilidade.

terça-feira, 9 de março de 2010

Finalmente algo que vale mesmo a pena: http://www.optimusalive.com/#/.

Com The XX, La Roux e Gossip, só falta mesmo Julho e o bom tempo. Lá estarei.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Não gosto de abusos, é o que é. Não gosto de gente que me põe o telefone a tocar ininterruptamente apenas porque não tem mais nada para fazer. Não gosto de gente que interpreta o retirar do casaco da cadeira do lado como um convite para me contar a história da vida. Não gosto de gente que procura por todos os modos saber mais da minha vida do que aquilo que eu quero dizer. Não gosto que me exijam presenças, disponibilidade de agenda, ou chamadas constantes. Não gosto que me exijam que sinta as mesmas dores. Não gosto de exigências. Muito menos de gente que se acha no direito de obter explicações.
Gosto de gente que me dá espaço. E de gente que me deixa respirar, que sabe dar lugar ao desejo e às saudades. De gente que precisa, mas que sabe safar-se sozinha. Gosto de gente com vida própria. Sobretudo, gosto de gente que sabe o que é ter vida própria.