segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009


No próximo domingo, as escolhas serão feitas.
Eu aposto:
- melhor filme, melhor realizador: "Slumdog millionaire", Danny Boyle (ainda que o tudo o que haja no filme que se identifique com o livro, seja mera coincidência);
- melhor actor: Sean Penn (no Milk e por todos os outros, por tudo);
- melhor actriz: Kate Winslet (até a preferi no Revolutionary Road, mas como está nomeada no Reader, que seja);
- melhor actriz secundária: Penélope Cruz (que papelão no Vicky Cristina Barcelona e que gira).
e o resto pouco interessa.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009


Pode ser porque a vida (ainda) me proporciona certo tipo de facilidades como a de ter forma de ir comprando aquilo de que gosto ao longo do ano (enfim, não tudo) ou pode ser porque o assunto roupa já me interessou bem mais. Pode. Pode ser também que seja por raramente gastar muito dinheiro nesse tipo de coisas, por achar que no ano seguinte já não gosto e, como tal, não vale a pena investir muito. Pode ser porque é necessária muita paciência para a roupa amontoada e meio-estragada de tanto pega e larga. Pode ser ainda pelas filas para pagar e pelos encontrões que se leva nas lojas. Pode.
Mas que é sobretudo por achar tempo perdido em vão, é.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Às vezes, dá-me para me pôr de fora de mim e olhar-me, como se olhasse outra pessoa que não eu. Olho para mim e descubro inúmeros defeitos e coisas menos boas que bem podia limar para me tornar uma pessoa melhor. Outros, sei que já nem vale a pena tentar limá-los ou mudá-los. Tenho mais é que viver com eles.
Um desses é a mania que eu tenho de levar tudo à exaustão. Bem, não tudo, confesso.
O Philip Roth foi um desses. Ou melhor, os livros dele. Embora soubesse que já tinha escrito alguns antes, comecei por ler o Todo o Mundo, que, obviamente amei. Amei pela história em si, pela escrita, pelo sentido de humor, pelo realismo. Li-o em dois dias bem medidos e amei. Considerei-o mesmo um dos livros da minha vida. Vai daí, toca de ler o Animal moribundo e o Património. Fui gostando cada vez menos. O último que li, há pouco mais de uma semana, O Fantasma sai de cena, já foi uma autêntico calvário literário. Não que a escrita dele tenha piorado ou que o livro não tenha interesse ou que as personagens sejam ocas. Ele escreve divinamente. Tomara eu! O problema é que exagerei na dose. E agora acho que é sempre mais do mesmo: homens mais velhos, doenças, encantos por miúdas mais novas, escritores e pronto. Tudo muito bem feito, tudo muito bem escrito, é certo. Mas isto.
Com o Sandór Marai aconteceu exactamente o mesmo. Li As velas ardem até ao fim duas vezes e venerei. É, sem dúvida, um dos livros mais bonitos que li na vida. Depois a Herança de Eszter e A Mulher certa e já me chega. A qualidade foi decaíndo. O primeiro que li é, sem dúvida nenhuma, o melhor.
Sei bem que a solução seria lê-los mais espaçadamente. Mas, como disse, tenho este problema de levar tudo à exaustão. E, assim sendo, quanto a estes autores (e a "otras cositas más"), estamos conversados.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

"Não há só os bons e os maus - há também maus que podem ter algumas boas razões e bons que podem ter comportamentos maus."

Miguel Sousa Tavares


Faz toda a diferença, acordar e ver o sol. Sentir que os dias são maiores, que às cinco da tarde ainda não é de noite. Ter luz, calorzinho e sentir que já não há-de demorar muito para deixar as botas, os cachecóis e os casacos e passar aos tops e às sandálias, às cores, aos cabelos mais claros e à pele mais escura. Não tarda nada já há fins-de-tarde na esplanada, dias de praia e fins-de-semana fora que fazem todo o sentido. Está quase!

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

"Queria mesmo muito ser tua amiga. Amiga de verdade, amiga a sério. Como aquelas que eu já tive e que se perderam no tempo porque o espaço mudou. Gostava que fosses a minha confidente e eu a tua, mesmo no silêncio. É tão confortável o silêncio quando sinónimo de cumplicidade... Eu contava-te a minha vida e tu contavas-me a tua. Ampararias o meu choro quando as coisas não vão tão bem e irias comprrender a confusão que vai na minha cabeça tantas vezes. Dir-me-ías as verdades, duras e cruas, porque a ti tudo permitiria. Quando me achasses mais gorda, fazias-me ir ao ginásio e aconselhavas-me os mais recentes truques de maquilhagem quando os dias não são bons. Sentir-te-ías na minha casa como na tua e passaríamos serões a ver DVDs a comer queijo com vinho tinto, seguido de muitos cigarros e de um jogo de crapôt. Às vezes, saíriamos por aí. Iríamos comprar as futilidades que nos fariam felizes, almoçaríamos na esplanada ou iríamos dançar uma noite inteira seguida. Jamais nos queixaríamos a alguém de fora se, por algum motivo, nos desentendessemos. Respeitarias as minhas diferenças e eu as tuas. Seriamos amigas a sério. E eu ía gostar."

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009


Fazemos planos, olhamos em frente, projectamos tudo num futuro incerto. Muitas vezes queremos mudar só porque sim e nem avaliamos bem as consequências. Outras vezes, mesmo com grande planeamento, o acaso faz das suas, troca-nos as voltas e acontece aquilo que nunca supusemos viesse a acontecer. É assim a vida. Por mais que queiramos controlá-la, de quando em vez controla-nos ela, põe-nos à prova, testa a nossa capacidade de adaptação, de reacção e até de invenção.
Por mais preparados que nos sintamos para uma mudança, por mais seguros que nos sintamos por já termos pintado todos os cenários prováveis e improváveis e que já tenhamos respostas para eles, no dia D, há sempre aquele receio do incerto. E há também aquela nostalgia de tudo o que foi. E há ainda, às vezes, a vontade de deixar tudo como está porque se sabe com o que se conta.
O Tribunal da Boa Hora vai fechar as portas e mudar-se para a Expo. Não faz sentido, há muito, trabalhar num edifício que já foi bonito, em plena Baixa da Cidade, sem estruturas ou infrestruturas. Vai dar lugar a um hotel que, de certeza, lhe fará um milagre de rejuvenescimento e que se fará pagar por isso. É o sinal da modernidade, a certeza de que será melhor. Fica a nostalgia de um edifício cheio de histórias descaracterizado dentro de pouco.